segunda-feira, novembro 08, 2010

Ninguém protege o pequeno nicho de biodiversidade que resta em Queluz

O rio Jamor não está a ser protegido por quem tem competências para o fazer. Marco Almeida, vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, informou que a espécie Ricinus Communis iria ser eliminada do rio Jamor no 3º trimestre de 2010. O que se observou foi a total destruição, sem qualquer critério, de toda a vegetação das margens do rio Jamor. Esta intervenção errada já fez colapsar algumas margens devido à destruição total da vegetação. A vegetação nas margens do rio Jamor fazia a sustentação das terras aquando das intempéries e era porto de abrigo a anfíbios que subitamente se calaram (morreram).

As actuações erráticas da Câmara Municipal de Sintra podem conduzir à betonização do rio Jamor com o argumento de que não havia alternativas, depois de anos em que a mesma entidade responsável removeu terras e vegetação para destino desconhecido.

A ARH Tejo, nos gabinetes com técnicos especializados da Rua Braamcamp, em Lisboa, nada faz quando tem conhecimento desta actuação errada. A ARH Tejo limita-se a informar que "tem feito sessões (apenas a 3 municípios) sobre limpeza e conservação de linhas de água e tenciona a curto prazo produzir documentação sobre este assunto no sentido de informar as entidades e os particulares responsáveis pela limpeza de linhas de água."

A espécie Ricinus Communis, com sementes tóxicas, ainda está presente no rio Jamor, impedindo que outras espécies autóctones nasçam. As margens do rio Jamor ficaram nuas e um simples passeio denota que as margens têm cedido.

Recorde aqui as espécies já observadas no rio Jamor nas freguesias de Belas, Queluz e Monte Abraão. Recentemente e antes da destruição das margens, o Cidadania Queluz teve a oportunidade de registar a presença de um Goraz (na imagem) no rio Jamor, uma espécie rara em Portugal.

Agricultores : vantagens e desvantagens

Pelo que já tivemos oportunidade de observar, existem vantagens e desvantagens dos agricultores urbanos estarem presentes em redor do rio Jamor. O primeiro benefício é que cultivam os terrenos, ou seja, os solos mantêm-se permeáveis. A segunda vantagem é o facto de produzirem produtos alimentares localmente, o que reduz a poluição que envolve a distribuição de alimentos.

As desvantagens dos agricultores urbanos no rio Jamor manifestam-se no entanto cada vez mais e a responsabilidade é da Câmara Municipal de Sintra que não faz qualquer regulação. Algumas árvores e vegetação foram destruídas para se fazerem hortas. As aves são afastadas pelos agricultores ou à pedrada (comportamento assistido in loco) ou com elementos que as afastem (espantalhos). Várias estruturas de metal, madeira e plástico separam as hortas. Com o vento e a chuva muito desse material (lixo) e outro como baldes vai parar ao rio Jamor. Existem ainda agricultores que não seguem uma agricultura biológica e utilizam produtos químicos mesmo junto ao rio Jamor.

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