sexta-feira, outubro 01, 2010

Estação de Monte Abraão fez 15 anos no mês passado e já se encontra degradada

Estação de Monte Abraão a desfazer-seSegundo o arquivo do jornal Público, a estação de Monte Abraão foi inaugurada no dia 24 de Setembro de 1995. A estação foi inaugurada com o nome Queluz-Massamá. Mais tarde, e depois da divisão da freguesia de Queluz em três, a estação de Queluz-Massamá passou a chamar-se Monte Abraão, assim como a estação de Barcarena passou a chamar-se Barcarena-Massamá.

As obras da estação de Monte Abraão não tiveram apenas como consequência um aumento da mobilidade na cidade de Queluz e na Área Metropolitana de Lisboa. As obras da estação de Monte Abraão permitiram um aumento de 19 por cento no número de comboios a circular na Linha de Sintra. Outra das vantagens foi a melhoria dos acessos a Queluz Ocidental, hoje Monte Abraão.

A estação não teve manutenção nos quinze anos e encontra-se degradada. Os pequenos azulejos da parede estão a cair. As estruturas metálicas estão a precisar de pintura. Os túneis por debaixo da estação, da responsabilidade da REFER, nunca foram limpos nem pintados.

Ver imagens da degradação da estação de Monte Abraão:

Notícia do Público de 07-09-1995 - José António Cerejo:
Nova estação de Queluz/Massamá abre dia 24
Linha de Sintra muda de cara

A nova estação ferroviária de Queluz/Massamá vai começar a funcionar no próximo dia 24, data em que entram em vigor os horários de inverno da CP. As inovações introduzidas no sistema de horários e as potencialidades oferecidas pelo novo complexo ferroviário vão permitir um aumento de 19 por cento no número de comboios que actualmente circulam na Linha de Sintra. Por fazer -- e sem datas previsíveis para que isso aconteça -- ficam ainda os acessos rodoviários da estação a Queluz Ocidental, o principal núcleo urbano por ela servido, bem como os parques de estacionamento automóvel e a remodelação da rede viária envolvente.

Foi com a participação de dois membros da políca ferroviária, fardados a preceito e sem quaisquer passageiros para proteger ou controlar, que as instalações da estação de Queluz/Massamá, inacabadas e ainda fechadas ao público, foram ontem apresentadas aos jornalistas pelo Gabinte do Nó Ferroviário de Lisboa (GNFL). Para lá da presença da polícia ferroviária, que terá o seu posto central nas instalações da nova estação -- a primeira a ser criada depois da construção da Linha de Sintra --, foi também notada a ausência de quaisquer representantes da Câmara de Sintra, autarquia que partilha com o GNFL a responsabilidade pela execução dos inexistentes acessos rodoviários.

Em contrapartida, esteve no local o ministro das Obras Públicas, que não poderá partilhar das alegrias da próxima inauguração da estação -- uma vez que, conforme reafirmou ao PÚBLICO, não participará em quaisquer actos inaugurais depois do início da campanha eleitoral para a Assembleia da República.

A nova estação é composta por um espaçoso edifício de betão, dotado de uma cobertura metálica, desenhada por forma a proporcionar amplas entradas de ar e de luz natural. A sua ligação às plataformas de embarque é feita por túneis subterrâneos e conta com escadas rolantes, rampas para deficientes, elevadores e escadas convencionais. A sua principal vantagem consiste na criação de linhas adequadas à inversão de marcha dos comboios, de molde a que a nova estação funcione como um terminal intermédio, entre a Amadora e o Cacém. No âmbito da empreitada que está em vias de conclusão e orça em perto de 2,7 milhões de contos, a linha foi duplicada [e não quaduplicada como indica a terminologia da CP], passando de duas para quatro vias, numa extensão de cerca de dois quilómetros, entre a antiga estação de Queluz/Belas e as proximidades da estação de Barcarena.

No seu plano de modernização da Linha de Sintra, o GNFL tem ainda programado o termo da obra de duplicação da linha entre Campolide e a Amadora até final de 1997 e entre a Amadora e o Cacém, onde se situa o troço agora duplicado, até final de 1999. Naquele primeiro período prevê-se também a construção de dois novos apeadeiros em Santa Cruz/Damaia e Reboleira e de uma nova estação nas Mercês. Na fase subsequente, até fins de 1999, terminará a remodelação das actuais estações e apeadeiros de Queluz/Belas -- que não será encerrado como chegou a admitir-se --, Barcarena, Cacém, Rio de Mouro e Algueirão Mem-Martins.

Comboios a minutos certos

Por agora, com a abertura da estação de Queluz/Massamá no próximo dia 24, os utilizadores da Linha de Sintra passarão a dispor de um total de 430 comboios por dia, contra os actuais 370, o que corresponde a um acréscimo de 19 por cento. A nível de horários e de organização do tráfego, a CP apostou nos chamados «horários cadenciados» e no encaminhamento para o terminal da Av. 5 de Outubro do mesmo número de comboios que terão como destino a estação do Rossio. Assim, em cada estação da linha, os comboios passarão sempre nos mesmos minutos de cada hora -- nos períodos de ponta --, alternando os que se destinam à 5 de Outubro e ao Rossio. Para a primeira daquela estações, o ponto de partida será sempre Amadora ou Cacém e para a segunda será sempre Queluz/Massamá ou Sintra.

Com os novos horários, nas horas de ponta (entre as 7h15 e as 9h15 e entre as 16h15 e as 19h15 dos dias úteis), a cadência da passagem dos combois será a seguinte: de 15 em 15 minutos, nas estações entre Sintra e Cacém; de 7 em 7 minutos, nas estações entre Cacém e Queluz/Massamá; de 5 em 5 minutos, nas estações entre Queluz/Massamá e Amadora; e de 4 em 4 minutos, nas estações entre Amadora e Benfica.

De acordo com os responsáveis da CP, o dia 24 de Setembro ficará assinalado por uma outra boa notícia para os seus clientes: as 34 novas composições que foram postas em circulação nos últimos três anos estarão já todas equipadas com um novo sistema de ventilação, que pretende responder às insistentes críticas dos utilizadores quanto à ineficácia da solução original.
Quanto à nova estação de Queluz/Massamá, as suas vantagens para os habitantes da vila só serão potencializadas quando forem construídos os 1500 lugares de estacionamento previstos para a zona do campo de futebol do Desportivo de Massamá [pelo qual o GNFL já pagou cerca de 80 mil contos ao clube] e quando estiver reformulada a rede viária local, com a construção de vários desnivelamentos e a duplicação do túnel da Ribeira das Forcadas. «Os pormenores já foram ajustados com a Câmara de Sintra, os projectos já estão em execução, o gabinete e a autarquia partilharão o investimento de perto de 1,5 milhões de contos, mas ainda não sei dizer quando é que as obras começarão e estarão concluídas», disse ao PÚBLICO o vice-presidente do GNFL, Cardoso dos Reis. E enquanto isso não acontecer, a verdade é que não haverá nenhuma ligação rodoviária directa -- sem atravessamento da faixa contrária -- entre a nova estação e Queluz Ocidental/Monte Abraão, a principal zona residencial a beneficiar dela.

Pormenor final e não referido em nenhuma das intervenções ontem feitas, nem nos documentos distribuídos aos jornalistas: o GNFL está a construir um túnel rodoviário, sob a via férrea, logo a seguir à nova estação, que não estava projectado inicialmente. Trata-se de uma ligação privativa entre Massamá e o quartel da GNR local, que custará perto de 100 mil contos, e que está a ser construída, para facilitar os acessos ao quartel, a pedido do comando daquela força militar.

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