sexta-feira, dezembro 11, 2009

A politização do Palácio de Queluz

Na entrada do Palácio de Queluz foi instalado um cartaz onde se faz referência ao programa Cheque-Obra do Ministério da Cultura.

O programa prevê a intervenção no Palácio de Queluz e incluí a recuperação da fachada exterior, das portadas e das cantarias de todo o edifício.

A questão será se este cartaz é adequado na entrada de um monumento nacional.

2 comentários:

  1. É sem dúvida uma medida excessiva com objectivo meramente propagandístico. Aliás o Programa Cheque-Obra, publicitado no cartaz, é um programa de recuperação do património classificado, feito com o apoio de entidades privadas, sobretudo empresas de obras públicas e telecomunicações sendo que, seria natural que o seu nome ou logotipo estivesse representado no cartaz, como mecenas que são. No caso do Palácio de Queluz as empresas Soares da Costa e MSF (Moniz da Maia Serra & Fortunato) irão disponibilizar 600.000 euros para trabalhos de intervenção e restauro das fachadas e só vemos o logotipo do Ministério da Cultura. A dimensão do cartaz é excessiva e a falta de referência aos mecenas é política. Outros programas de intervenção em monumentos, com o apoio de verbas comunitárias, como p.e. o Programa Operacional da Cultura, situado no IIIQCA, ou programas transfronteiriços com participação do FEDER, obrigavam à instalação de placas onde figuravam os intervenientes administrativos. Essas placas tinham dimensões normalizadas e muito mais pequenas que este cartaz.

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  2. Só para concluir o comentário fica esta reflexão retorcida: a apresentação do programa Cheque-Obra teve lugar no PNQueluz em final de Agosto e contou com a presença dos ministros da Cultura e, curiosamente, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ainda Mário Lino). Os mecenas que apoiam o Estado neste programa são empresas de telecomunicações e de obras públicas que disponibilizam verbas e trabalho-obras sem nada ganhar em troca (!?), pelos vistos nem sequer a menção nos cartazes. E o único que se publicita e se põe em bicos dos pés é o Ministério da Cultura que, sem qualquer custo, tem como única missão, abrir as portas dos monumentos para que os outros ali intervenham restituindo-lhes dignidade. Naturalmente que no meio disto, a presença dos "outros", MOPTC e empresas, em todo o processo tão discretos, não será totalmente ingénua.

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